Skincare infantil: quando a vaidade vira adultização precoce
Publicado em 11 de novembro de 2025
Especialista alerta para riscos do skincare infantil: “A pele das crianças não precisa de ácidos nem glamour”
O lançamento de uma linha de skincare para crianças pela atriz Shay Mitchell, batizada de Rini, reacendeu o debate sobre os limites do cuidado e da vaidade na infância. A proposta, apresentada como uma forma de ensinar meninas e meninos a cuidarem da pele desde cedo, virou alvo de críticas. Pais e especialistas questionaram a necessidade de produtos anti-idade para um público em desenvolvimento. A polêmica expôs um fenômeno em alta nas redes, crianças de seis ou sete anos replicando rotinas adultas com máscaras, séruns e cremes.
Para a dermatologista Denise Ozores, “CRM 19204 BA – RQE 7349”, referência em beleza natural, a discussão deve ser técnica. Até cerca dos 12 anos, a pele está em amadurecimento, com barreira mais fina, menor oleosidade e maior sensibilidade. Ativos potentes, fragrâncias e ácidos expõem um tecido em formação a estímulos desnecessários, explica.
A médica reforça que o skincare infantil se resume a três pilares, limpeza suave, hidratação leve e fotoproteção. Não há rotina de dez passos, e sim constância no básico. Sabonete neutro, hidratante adequado ao tipo de pele e protetor no fator correto, com reaplicação. O resto é marketing.
Segundo Denise, o mercado de beleza infantil cresce ao confundir cuidado com consumo. O brincar cede lugar à performance. Quando uma criança grava vídeos de skincare, encena um papel de adulto. Essa dinâmica soma risco dermatológico real e ansiedade estética.
A exposição a tutoriais cria comparação precoce. Quando uma menina de sete anos fala sobre rugas, algo está errado. A infância é tempo de espontaneidade, não de autocrítica, afirma. Pais e educadores devem filtrar informações, estabelecer limites e basear o cuidado em saúde, não aparência. Ensinar protetor solar é um ato de amor, criar preocupações inexistentes alimenta insegurança duradoura.
Intervenções estéticas só com indicação médica e avaliação individual, por exemplo em dermatoses, acne precoce ou ressecamento extremo. Fora disso, cosméticos de adulto devem ser evitados. Cada fase tem sua necessidade biológica. A pele da criança não precisa ser corrigida, precisa ser protegida, conclui.
Sobre a especialista
Dra. Denise Ozores, “CRM 19204 BA – RQE 7349”, dermatologista e referência em beleza natural. Atua em São Paulo, Salvador e Feira de Santana, com foco em cuidados seguros, técnicas minimamente invasivas e resultados harmônicos. Formação pelo Hospital Ipiranga. Instagram: @dradeniseozores | Site: www.dradeniseozores.com.br


