Fim de ano sem burnout: cuidando da saúde emocional para adultos autistas e pessoas com TDAH
Publicado em 10 de dezembro de 2025
O fim do ano é cheio de luzes, encontros e celebrações. Mas para adultos autistas e com TDAH, ele também pode ser um período desafiador. Reuniões longas, barulhos, estímulos visuais e a pressão de se comportar “como todo mundo” podem gerar ansiedade, estresse e até esgotamento emocional.
O neurologista Dr. Matheus Trilico, referência no tratamento de adultos com e TDAH, alerta que muitas pessoas praticam o masking (camuflar sua personalidade ou comportamentos autênticos para se encaixar socialmente).
“É como colocar uma máscara que precisa permanecer no rosto por horas. Isso consome energia, gera cansaço extremo e, em alguns casos, sentimentos depressivos”, explica Trilico.
Como proteger sua energia e aproveitar as festas?
1-Defina limites claros
2-Escolha quais eventos participar e por quanto tempo. Sair antes ou tirar pequenas pausas não é fraqueza, é autocuidado.
3-Tenha estratégias de autocuidado
4-Leve fones de ouvido, pratique técnicas de respiração ou mindfulness e encontre um “refúgio” seguro para se acalmar quando os estímulos se tornarem intensos.
5-Comunique suas necessidades
6-Nem todos entendem o que é viver mascarando comportamentos. Conversar sobre limites de socialização, preferências sensoriais ou momentos de pausa ajuda a reduzir a pressão.
7-Evite comparações
8-Comparar-se com outras pessoas aumenta a ansiedade. Aceitar que cada um tem seu ritmo e sua forma de aproveitar a festa é libertador.
9-Intercale socialização e descanso
10-Alternar encontros com momentos de pausa ajuda a preservar energia e evita o burnout autístico, o esgotamento emocional causado por longos períodos de masking.
Dr. Trilico reforça que o objetivo das festas não é ser socialmente perfeito.
“O mais importante é se sentir bem consigo mesmo, aproveitar os momentos que gosta e respeitar seus limites. Dizer ‘preciso de um tempo’ é completamente normal”, explica o neurologista.
Seguindo essas estratégias, adultos neurodivergentes podem aproveitar as celebrações de fim de ano de forma autêntica, sem se sentir sobrecarregados, cuidando da saúde emocional e mantendo sua identidade intacta mesmo no meio da agitação típica do Natal e Ano Novo.
Dr. Matheus Luis Castelan Trilico – CRM 35805PR, RQE 24818.
Médico pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA);
Neurologista com residência médica pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR);
Mestre em Medicina Interna e Ciências da Saúde pelo HC-UFPR
Pós-graduação em Transtorno do Espectro Autista


