Home » Geração Z evita cargos de liderança, mas se destaca quando assume o posto, analisa especialista

Geração Z evita cargos de liderança, mas se destaca quando assume o posto, analisa especialista

Publicado em 26 de agosto de 2025

 

 

 

Para consultoria Grupo Hub, liderança da Geração Z é marcada por flexibilidade e espírito colaborativo, fatores que podem surpreender positivamente o mercado

São Paulo, agosto de 2025. Eles cresceram ouvindo sobre burnout, questionando hierarquias e priorizando qualidade de vida. A Geração Z, nascida entre 1995 e 2010, tem rejeitado de forma crescente os cargos de chefia nas empresas. No entanto, quando aceitam o desafio da liderança, costumam inovar e engajar equipes de forma positiva. A avaliação é de Fred Torrës, sócio sênior do Grupo Hub, consultoria de RH especializada em recrutamento e seleção, com mais de 10 anos de atuação no mercado.

“A Geração Z não quer ser líder. Pelo menos, não da forma tradicional”, analisa o especialista. Segundo ele, os motivos variam: medo do adoecimento emocional, rejeição ao modelo hierárquico tradicional e o desejo de preservar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Para Torrës, esse comportamento reflete uma mudança profunda na relação dos jovens com o trabalho.

“Eles cresceram vendo exemplos de chefes autoritários e ambientes tóxicos. Não querem repetir esse modelo. Mas, quando percebem que podem liderar de forma mais humana e flexível, se tornam líderes naturalmente mais preparados para os novos tempos”, afirma.

Um exemplo dessa nova liderança é Maria Eduarda Tomich, de 28 anos, gerente de RH da Onimusic, gravadora e distribuidora de música gospel brasileira. Formada em Psicologia, Maria Eduarda iniciou sua carreira como estagiária de Recursos Humanos em uma mineradora, onde aprendeu a trabalhar com autonomia. Aos 23 anos, ingressou como analista de atendimento em uma startup de e-commerce, propôs melhorias operacionais e, em apenas cinco meses, pediu para assumir a área de RH. Apesar da resistência inicial por falta de experiência, conquistou a posição.

De lá para cá, construiu times motivados, resolveu conflitos internos e se consolidou como uma liderança próxima, baseada na escuta ativa e na confiança. Em São Paulo, coordenou uma equipe de recrutamento e seleção composta por profissionais mais velhos do que ela – o que define como uma experiência desafiadora. Também passou por ambientes tóxicos e chegou a enfrentar um burnout, o que a levou de volta a Belo Horizonte.

Hoje, como gerente de RH da Onimusic há dois anos, Maria Eduarda lidera três pessoas e foi responsável por estruturar toda a área de recursos humanos da empresa, aumentando em 60 pontos o NPS interno. Como líder, acredita no modelo híbrido, na flexibilidade e na cultura do feedback. “Liderar pode dar medo, mas sempre gostei desse papel. Gosto de ter uma relação próxima com as pessoas. Não acredito em microgerenciamento; o que importa é a entrega. Se a pessoa precisar viajar com a família ou o namorado, tudo bem — o importante é ter responsabilidade com as entregas”.

Liderança em transformação

Segundo ela, um dos desafios de liderar sendo da Geração Z é lidar com os estereótipos associados aos jovens no ambiente corporativo. “A gente ainda escuta muita coisa ruim. Mas a verdade é que trabalho com outra lógica. Não acredito no ‘faz porque estou mandando’. Prefiro construir sentido junto com o time. Trabalhar com intenção, com propósito. Isso é o que realmente engaja as pessoas”, afirma.

Para Fred Torrës, lideranças como a de Maria Eduarda refletem um novo perfil cada vez mais valorizado pelo mercado: flexível, empático e engajado com propósitos maiores do que apenas lucro. “Esses jovens líderes sabem que o modelo de comando e controle está obsoleto. Eles valorizam colaboração, diversidade e impacto social. Isso gera ambientes mais saudáveis e, muitas vezes, mais lucrativos também.

Apesar da resistência inicial, empresas que desejam se manter competitivas terão que adaptar seus modelos de gestão para atrair e manter esses talentos, pontua Torres. “A pergunta não é mais se a Geração Z quer liderar, mas como podemos criar estruturas que permitam que eles liderem à sua maneira”, finaliza.

Sobre o Grupo Hub:

Fundado em 2014 enquanto consultoria de Recursos Humanos, o Grupo Hub cresceu e hoje desenvolve soluções one stop shop para Recrutamento e Seleção, desenvolvimento e tecnologia, com a missão de conectar empresas com os melhores talentos. Partindo da premissa de que a contratação está comoditizada, o Grupo se destaca na preocupação com as pessoas do início ao fim do processo, reconhecendo as diferenças entre as gerações e o potencial de cada uma para impulsionar a performance das empresas. Com alto nível de flexibilidade, desenvolveu uma metodologia consultiva escalável que ao longo de mais de 10 anos já atendeu 400 companhias, alcançou 282 mil candidatos entrevistados e quase 9 mil posições trabalhadas, com 99,5% de assertividade, índice de recompra do cliente de 90% e NPS de 98%. Em seu portfólio, estão grandes marcas como Natura, Itaú, iFood, Stellantis e Vale.

Mais informações: https://grupohub.com/

Nenhum comentário ainda