Doutores Coloridos: A magia dos palcos levada diariamente para os hospitais, dando aos pacientes, conforto e alegria.

Em entrevista à Elite Vale João Gonçalves, ou melhor, o Dr. Tim Tim e Lucyanne Braz , a Dra. Xuruquinha, nos falaram como começou a trajetória dos doutores coloridos, e principalmente da casa acolhedora que recebe familiares de pessoas internados no hospital São Francisco de Assis, principalmente no setor de oncologia.

Segundo o mentor do projeto tudo se deu a partir de um sonho: “Eu me via em um local de paredes enormes e cinzas e ao fundo ouvia choro de crianças, provavelmente de adultos também. Então ao encontrá-las começamos a brincar, os choros transformaram- se em risos, e as paredes antes acinzentadas, ganharam colorido especial. Aquele sonho ficou engavetado em minha mente, mas não esquecido. Depois de uns anos com experiência como ator, contador de história, e principalmente palhaço, revolvi levar a magia do palco, para a realidade de um hospital.

Ali comecei, e fui formando outros palhaços que se tornaram doutores da alegria.

Hoje temos trinta e dois palhaços, que atendem todos os hospitais de Jacareí, alguns em São Jose dos Campos e treinamos outros doutores que atuam na região de Atibaia, e Cachoeira Paulista.

Depois de alguns anos, em cada visita era nítido ver os pacientes, sorrindo por alguns momentos, esquecendo por completo o que chamamos de estado de hospitalização, nos sentíamos gratificados, e sabíamos que aquele era o caminho certo a seguir, explica dr.Tim Tim.

Tudo ia bem até ser também diagnosticado com Câncer, e no tratamento, acabei conhecendo o outro lado dessa história. “Percebi que muitas pessoas vinham para tratar a doença no hospital São Francisco, e seus familiares não tinham como se manter em um hotel na cidade.

“A partir daí, surgiu à idéia da criação de um local para que essas pessoas, não tivessem gastos e permanecem em Jacareí, já que muitos doentes são de cidades do litoral, e sul de minas”, diz ele.

Depois de curado, estávamos nós com mais uma parte do nosso projeto realizado. A casa acolhedora, para essas pessoas, localizada próxima ao Hospital São Francisco, e não tem hora muito menos dia para receber quem nos procura, diz ele. Já chegamos a receber vinte pessoas numa mesma semana.

Nós os deixamos bem à vontade, são eles mesmos que fazem a comida, se organizam com relação às rotinas da casa, deixando claro que esse local é a extensão de sua casa. A convivência e muito tranqüila, pois apesar de serem a princípio desconhecidas, o motivo de estarem ali, passando pela mesma situação, gera uma empatia, que os fortalecem.

Nesse momento, Lucyanne nos fala da experiência de Ter se tornado, a Dr. Xuruquinha. “Faz um ano e meio que descobri esse meu lado “palhaça”. Como falamos, somos vários hoje com essa missão, tirar os pacientes do estado de tensão hospitalar, e dar-lhes momentos de alegria. Mas não foi como um passe de mágica não, diz ela.

Primeiro coloquei o meu nariz vermelho, olhei para o espelho e ri muito, nervosa, talvez, surpresa quem sabe. Ela lembra com carinho do que ouviu no curso, quando se preparava para se tornar uma doutora da alegria. “Você sabe que esta pronta, quando sente seu coração bater na ponta do nariz” , e pelo jeito ela já estava pronta.

Então finalizando, essa história maravilhosa dos doutores coloridos, o Dr. Tim Tim, que teve em sua infância um cãozinho muito amigo com esse nome, convida-nos a fazer parte desse trabalho humanitário, que vem transformando a vida de tantas pessoas. Você pode procurá-los e descobrir que dentro de você, existe um doutor colorido capaz de fazer a vida de alguém melhor.

Agora se você quiser pode ajudá-los no projeto da casa acolhedora, pois ela é mantida com as doações recebidas por eles, o site oficial é www.doutorescolridos.org.br

Queremos no futuro construir a nossa casa acolhedora e dessa forma auxiliar um número maior de pessoas. Além de estender a formação para muitos outros doutores coloridos, e esses por sua vez, farão junto com nossa equipe, a diferença na vida de muitos pacientes, que nos esperam com nossos narizes coloridos, levando alegria, e esperança de dias melhores em suas vidas.

Texto: Célia Bicudo

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