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VESTIDAS PARA O CASAMENTO

Publicado em 20 de dezembro de 2015

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Atualmente não sei o que é pior. Enfrentar o trânsito para ir ao trabalho as 4:h da manhã recebendo um salário mal remunerado, ou a tentativa desgastante de encontrar um namorado. Outro dia eu vi na internet, um vídeo de uma menininha dizendo para sua mãe que quer um marido. Eu fiquei um tanto abismada, porque a pequena tem apenas três anos de idade. A mãe pergunta o motivo de ela querer um marido e ela chorando responde que “não quer ficar para trás”. Eu pude tristemente constatar, que muito cedo as meninas estão perdendo o medo do “bicho papão”. É obvio que o sonho de toda mulher, ou ao menos de quase todas é um dia se casar, porque DEUS nos criou para ser esposa e mãe, e esse instinto tão terno é perfeitamente natural, mas se torna preocupante quando se torna obsessão. A cobrança da sociedade, família e amigos, faz com o que o matrimônio se torne uma obrigação, e às vezes por causa da falta de estrutura familiar ou a própria carência afetiva, as meninas são levadas muito cedo a buscar uma solução nos relacionamentos. Elas então, começam a idealizar o cara dos sonhos, o rapaz bonito, inteligente, romântico e educado, mais precisamente “o príncipe encantado”. Porém; muitas não imaginam que é praticamente impossível, encontrar alguém com todas essas características. As pessoas são diferentes, e cada um tem um tipo de educação, conceito, cultura, religião ou personalidade, o que torna difícil encontrar alguém realmente compatível, e na busca das “aventuras de amor”, muitas se envolvem em inúmeras paixões. Algumas experiências são tão marcantes que algumas até desistem de sonhar e passam a se contentar com “as migalhas” que alguém lhe oferece. Cada caso é um caso, e muitos terminam em desilusão. Aos poucos os seus sonhos vão se perdendo, e vão sendo destroçados os seus sentimentos e o coração. É cobrança de todo lado e aos trinta anos, já começam a ficar desesperadas as solteiras de plantão. O medo da solidão, de “ficar para titia”, engravidar e ter um filho deficiente, ou a exclusão da sociedade, faz com que elas partam para a luta, fazendo tudo para agarrar um “garanhão”. Mas os príncipes tem as suas exigências e as pretendentes além de bonitas, tem que ter um bom salário, ser competentes, ter um corpo sarado e praticar esportes radicais. A pressão é tanta que algumas acabam ficando doentes, entram em depressão ou em estado latente, com medo de se envolver, ou na tentativa de agradar o parceiro passam a ter um comportamento incoerente: cabelos tingidos e sempre pranchados, maquiagem impecável, perfumes importados, roupas para cada estação, diversos sapatos, atentas a todos os olhares, prontas para aquele sorriso e o celular sempre a mão, postam fotos na internet, passam horas na academia, um dia faz pole dance, no outro faz pompoar, canta, dança, aprende a lutar, faz jogo de sedução, e usa até fantasia, só não aprende “a pilotar o fogão, o tanque e a pia”. Vela acesa, reza brava, dá presentes, paga as contas, o hotel, a gasolina, as vezes até o aluguel, mas com o tempo percebe que é inútil tanto esforço se o infeliz é infiel, pois no mundo atual é vasto “o mercado da carne”, e as mulheres honestas se sentem como seres anormais, vivendo em um mundo artificial. Esse assunto preocupante já virou tema de livros, arte, filmes e novelas, mas o que a maioria não percebe que os valores se inverteram, acham tudo natural, enquanto a juventude se perde. Sempre houve problemas, mas antigamente as pessoas se respeitavam, as mulheres eram mais submissas, os homens menos egoístas, e a sociedade menos consumista, talvez por esse motivo, os relacionamentos duravam mais. Hoje a pressão psicológica, política, econômica e social, o excesso de informações, a inflexibilidade do tempo e a falta de diálogo, impedem as pessoas de observar e refletir sobre as coisas e fazem com que os relacionamentos se resumam em breves momentos denominados “ficar.” A ansiedade atrapalha, pois no afã de querer, as pessoas esquecem de se doar, estou me referindo aos sentimentos e “a arte de conquistar”, pois só encontramos o amor quando aprendemos a nos amar. É obvio que não é bom viver sozinha, e como diziam as avós antes mal acompanhada do que só, mas eu penso que estar ao lado de alguém que não nos completa, pode nos fazer sentir pior. Além disso, uma mulher madura e bem resolvida tem mais chances de manter um relacionamento e dedicar mais tempo a seu marido e a seus filhos. A única maneira de distrair a mente é investir em algo novo ou inventar um “passatempo”, tirar proveito da tristeza e sorrir da própria desgraça, pois talvez quando estiver distraída, pode surgir em sua frente o tal “sujeito encantado”, nem sempre em forma de príncipe, e as vezes sem cavalo, quem sabe até em forma de sapo, mas vai te fazer sentir o que é amar e ser amada, e você vai compreender o que realmente significa estar casada. Mas enquanto “o bom menino” não chega, a gente vai vivendo e aprendendo, chorando, sorrindo, ou escrevendo, e esperando o dia certo de usar o lindo vestido branco do nosso casamento.
sueli

 

 

 

 

texto:Suellen Andrews

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