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CIÚMES

Publicado em 6 de maio de 2020

Como saber se o que eu sinto é ciúme? Como saber se está dentro do aceitável para uma relação? Vamos aprender a lidar melhor com esse sentimento que sempre envolve medo de perder e a necessidade de manter o controle da situação.
O ciúme que você sente está relacionado a alguma insegurança em relação a você mesmo e/ou em relação ao seu parceiro. Tem também relação com as histórias que você viveu no passado e com a sua autoestima.
O processo de ciúme é como um ciclo: há uma tensão, posteriormente há uma dissolução desse conflito, depois novamente esse ciclo se inicia.
O que mais angustia o ciumento é que o ciclo interminável é provocado por ele mesmo, como por exemplo, todas as vezes em que procura por algo na rede social ou telefone do seu parceiro.
Quando a gente ama é normal cuidar e se dedicar a vida do parceiro. É normal saber o que ele faz, onde está, desde que seja algo saudável, sem cobranças. Quando o ciúme vira uma preocupação excessiva na sua vida, perturbando a sua rotina, quando a vida do parceiro vira a sua prioridade, interferindo nos seus sentimentos, é um sinal de alerta que algo não vai bem.

Reações comuns para identificação do ciúme excessivo:

• Sentimentos como raiva, tristeza, medo;
• Sensações físicas como taquicardia, falta de ar, boca seca, dores físicas;
• Pensamentos obsessivos no seu dia que predominam na sua mente;
• Após a sua crise de ciúme a pessoa sente humilhação, culpa;
• As pessoas ao redor percebem que você está iniciando um estado de delírio das situações.
Em todos os casos de ciúmes vemos um indivíduo supervalorizando a vida e as atitudes do outro. É a hora de você parar para refletir: por que a vida do seu parceiro está mais interessante que a sua? Em que parte desse relacionamento você se perdeu para não olhar para si com a mesma prioridade?
Geralmente o ciúme vem acompanhado de problema de autoestima, ou seja, a percepção que o indivíduo tem sobre si próprio. Quem possui uma boa autoestima consegue confiar em si mesmo, sabe se valorizar mais do que a possível perda da relação.

Segue algumas dicas para você aprender a lidar melhor com o seu ciúme:

1) Mantenha um diálogo franco e aberto com seu parceiro sobre como se sente em relação à postura dele. Não deixe “acumular”, prefira sempre colocar a sua opinião, porém, respeite o limite, não cobre demasiadamente por “DR” (discussão da relação).

2) Mantenha o respeito em seus diálogos ou você terá dois problemas para resolver. Respeito é algo que se conquista e uma vez que se perde é algo muito difícil de reconquistar. Procure não perder o cuidado com as palavras na hora da raiva.

3) Respire fundo e tente analisar a situação racionalmente. Nem todas as situações que você sente ciúmes são reais e existem de fato.

4) Aceite que você nunca vai poder, nem tampouco conseguir, controlar tudo e todos. Um dia tem 24 horas, quem está na intenção de maldade, uma hora encontra uma forma de fazer, e a sua perseguição não vai conseguir fazer esse controle minuto a minuto.

5) Não seja um detetive atrás de informações. Pare de procurar incansavelmente por fatos. Você precisa focar a sua energia na sua vida e nos seus interesses.

6) Sua prioridade deve ser você! Quem não ocupa a mente, sobrecarrega o coração. Vá para academia, faça um curso, visite seus amigos, ocupe a sua mente com a sua vida. Não priorize a vida do outro. Isso vai aumentar a sua segurança e a sua autoestima.

7) Substitua os pensamentos obsessivos de desconfiança por algo prazeroso. Quando eles aparecerem, tente substituir por imagens e lembranças boas que você tem do seu relacionamento ou por frases e situações em que se sentiu segura.

8) Converse sobre seus sentimentos com amigos ou um familiar de confiança para aliviar um pouco esse sofrimento.
E se ainda assim você sentir que já perdeu o controle da situação e que isso passou a ser um sofrimento para você, está na hora de procurar ajuda. A psicoterapia cognitivo-comportamental vai trabalhar o autoconhecimento e a ressignificação das crenças, agindo sobre os pensamentos, sentimentos e comportamentos mais adequados.
Lembrem-se sempre que somente quem confia em si mesmo pode confiar no outro e em uma relação saudável ninguém vê um parceiro dependente e submisso como interessante. Faça a sua vida ser interessante primeiro para você mesmo.

 

 

 

Gabriela Marini
Psicóloga Cognitivo-Comportamental
(12) 99621-1558

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