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DEVO FAZER ACORDO NO MEU PROCESSO? Por Camilla Juliana

Publicado em 28 de abril de 2020

 

 

 

 

Acredito ser esse um questionamento recorrente para aqueles que possuem processos em andamento. Ponderar se vale a pena persistir ou encerrar uma demanda judicial não é uma tarefa fácil, ainda mais em tempos de egos elevados onde um acordo se assemelha a uma derrota.

 

Ceder parece deixar a outra parte ganhar. Mas esse é um dos maiores enganos em termos jurídicos, uma vez que os envolvidos revelam inteligência quando percebem que não vale a pena insistir em uma discussão inglória. Querer ganhar um processo unicamente para mostrar para a outra parte que você venceu não é proveitoso. Perdem todos: autor, réu e a própria Justiça.

 

As perdas que surgem decorrentes de longos anos de disputa judicial se alastram não só pelo âmbito financeiro – com o pagamento de honorários de advogados e custas judicias. Os prejuízos emocionais são enormes e muitas vezes se traduzem em traumas difíceis de serem superados.

 

Mais do que uma sentença favorável, internamente todos os que litigam desejam fazer valer a justiça que acreditam para que a vida prossiga. Quando tudo isso se prolonga, a demanda se integra à vida das partes de tal maneira que algumas já não sabem mais viver sem seus processos.

 

Pode parecer estranho, mas muitos cultivam litígios porque sem eles enxergam a vida sem propósito e sem assunto. Além do que, criam um vínculo com a parte oposta, alimentando sentimentos que ocupam a mente dando uma falsa sensação de satisfação. Permitir-se conciliar é libertador.

 

Acordos feitos pelas partes que antes litigavam têm grandes chances de serem cumpridos até o fim, haja vista que foram tecidos pelos próprios envolvidos. Quem melhor do que um pai para definir qual o melhor dia e horário para ver seu filho tendo em vista a sua rotina de vida e jornada de trabalho? Quem melhor do que um ex-empregado para saber qual o valor que lhe bastaria tendo em vista apoios pretéritos de um ex-empregador? Peculiaridades merecem e devem ser levadas em conta nas tratativas processuais e tudo isso tem muito espaço quando as partes se abrem para a conciliação.

 

É chegada a hora de, com o auxílio de um profissional do direito, definir as diretrizes de seu processo e concluir se vale prosseguir ou não. Concessões mútuas valem a pena, ganha-se mais do que se perde, acredite. Ser instrumento de pacificação é tarefa de todos, isto porque empodera as partes, permite que as vidas prossigam e que as relações se refaçam em todos os aspectos – sejam eles empresariais, contratuais, comerciais, trabalhistas ou familiares.

 

Texto: Camilla Juliana

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