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Dia do Empreendedorismo Feminino: as conquistas e desafios da Mulheres do Vale do Paraíba   

Publicado em 16 de novembro de 2022

 

 

 

O Dia do Empreendedorismo Feminino é comemorado em 19 de novembro. A data criada em 2014 pela ONU – Organização da Nações Unidas teve o objetivo de dar apoio e combater a desigualdade salarial no meio corporativo. Em São José dos Campos, Karla Clarinda é empreendedora social e está à frente de um grupo de empregabilidade que também incentiva mulheres.

Karla Clarinda atua desde 2015 como empreendedora social com o projeto PlugaJobs, de maneira voluntária e gratuita por meio de grupos de whatsapp, onde indica vagas de trabalhos para quem procura oportunidade. A outra empresa é a Recolokey voltada para recolocação profissional, preparação para o processo seletivo, transição de carreira e palestras voltadas para o mercado de trabalho. A própria Recolokey conta com 03 funcionárias mulheres.

Dentro deste universo, ela acompanha de perto o empreendedorismo feminino no Vale do Paraíba. E é enfática em dizer que a pandemia alavancou o empreendedorismo feminino.

“O empreendedorismo feminino evoluiu principalmente para as mulheres que são mães, pois com a pandemia, muitas não tinham rede de apoio, e para ter mais liberdade, optaram em empreender. Aqui na nossa região temos mais de 6 grupos fortes de empreendedorismo feminino. Em 2020, se comparado com o ano anterior, o Brasil registrou um salto de 41% entre as mulheres que iniciaram algum negócio próprio. Entre os homens, o crescimento foi de apenas 22%”, pontuou Karla. 

As mulheres do Vale do Paraíba estão atuantes em várias frentes partindo de setores tradicionais tais como: comida saudável, produtos artesanais, roupas e acessórios, bem-estar, beleza e estética a consultoria de vendas, e-commerce e em áreas que começaram masculinas e que hoje contam com mulheres que são os serviços de mecânica e consertos gerais (mulher de aluguel).

O empreendedorismo feminino além de contribuir para o crescimento da economia ele transforma as relações sociais.

“Quando mulheres alcançam a autonomia financeira, não precisam mais se submeter a relacionamentos abusivos e violentos, pois não dependem mais de terceiros para se sustentar. E isso, abre as portas do mercado para cada vez mais mulheres entrarem”, explicou a especialista.

Outro perfil de empreendedora é daquela que sente necessidade de mudanças estruturais dentro das empresas. Algumas delas mudam drasticamente de carreira.

“Muitas mulheres veem o empreendedorismo como uma fonte de empoderamento e autonomia. Para muitas delas, a necessidade de se distanciar das instituições hierárquicas, as levam ao empreendedorismo, bem como a flexibilidade para trabalhar em projetos que lhe interessam e da forma que desejam”, disse Karla.

Algumas empreendedoras também optam por este caminho por não verem oportunidades em cargos de chefia, de acordo com o estudo Women in the Boardroom, as mulheres estão presentes em somente 16,9% dos assentos de conselhos de grandes empresas globais, o número cai para 8.6% no Brasil

Panorama

O empreendedorismo feminino também tem os seus desafios, entre os problemas comumente enfrentados por qualquer empresário, juntam- se a eles, o preconceito da sociedade, a dupla jornada e a dificuldade de acesso ao crédito. Para elas, as taxas de juros são maiores. Segundo pesquisa do Sebrae, os homens pagam 31,1% de juros ao ano, enquanto as mulheres pagam 34,6%. Sendo que dados apontam que a inadimplência é de 4,2% entre homens e de 3,7% entre mulheres. Embora América Latina e Caribe tenham o maior número de mulheres autônomas, apenas 30% dos pequenos e médios negócios que solicitam empréstimo são aprovados.

Ainda de acordo com pesquisa do Sebrae sobre empreendedorismo feminino, há existência de 25,6 milhões de negócios no Brasil, sendo que as mulheres estavam à frente de 33,6% deles. Em termos de MEI, elas representam 48% e os principais campos de empreendimento são moda, beleza e alimentação. Em comparação aos homens, elas são mais jovens, têm maior grau de escolaridade e ganham menos.

Mesmo diante dos desafios e diferenças, Karla Clarinda reforça que as mulheres da região têm o que comemorar como empreendedoras.

Temos muito o que comemorar, pois cada vez mais estamos conquistando espaços e quebrando padrões, já não é mais um tabu mulheres irem a reuniões de negócios, até mesmo após as 17h, por exemplo. E além disso, as mulheres estão fazendo diferença no mundo, com criação de negócios não só de impacto econômico, mas também de impacto social”, finalizou Karla Clarinda.

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