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Entenda a ovulação e descubra se é isso que está afetando sua tentativa de ter um bebê

Publicado em 11 de maio de 2022

 

 

Existem exames e testes que podem apontar se o problema da fertilidade está na ovulação. No entanto, como a infertilidade tem diversas causas, o melhor a fazer é procurar um médico especialista
Ovulação

 Sem rodeios: a ovulação é a liberação de um óvulo dos ovários da mulher, por isso essa fase é essencial para engravidar. “A ovulação é desencadeada espontaneamente cerca de 36 a 40 horas após o aumento dos níveis sanguíneos de um hormônio chamado hormônio luteinizante (LH). Isso é chamado de pico de LH. Uma vez liberado do ovário, o óvulo viaja pela trompa de Falópio, onde pode encontrar o esperma para ser fertilizado”, comenta o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, e sócio-fundador do Mater Lab, laboratório de Reprodução Humana. “Mas problemas com a ovulação são relativamente comuns em casos de infertilidade. Para um casal, que está tentando engravidar, saber quando a mulher está prestes a ovular pode ser particularmente útil para planejar quando fazer sexo”, completa o médico.

Segundo o especialista, se uma mulher está tentando descobrir o motivo pelo qual ela não está engravidando, é útil saber se ela está ovulando. “Ter períodos menstruais regulares entre 21 e 35 dias de duração acompanhados de cólicas menstruais é uma boa indicação de ovulação. Existem várias maneiras de testar a ovulação, incluindo: o gráfico de temperatura corporal basal (BBT), kits de teste de urina para medir os níveis de LH, exames de sangue para medir os níveis de certos hormônios e ultrassonografia transvaginal”, cometa o médico, que explica abaixo alguns exames:

Exames de sangue para medir os níveis hormonais: O estradiol (um tipo de hormônio estrogênio) é produzido pelo folículo à medida que cresce e os níveis sobem rapidamente antes da ovulação. “Se medicamentos de fertilidade estão sendo usados para fazer uma mulher ovular, os níveis de estradiol são verificados com mais frequência para acompanhar o crescimento do folículo, mas não são usados para dizer quando você pode ovular. Um aumento nos níveis de LH no sangue pode prever quando o folículo (saco onde o óvulo amadurece) está maduro e pronto para a ovulação. Como o LH é liberado em pulsos ou rajadas curtas, o pico de LH nem sempre é encontrado por um único exame de sangue ou urina”, diz o médico. “O aumento dos níveis de progesterona no sangue uma semana antes do período menstrual geralmente indica que a ovulação ocorreu, mas não pode prever quando ela ocorrerá”, completa.

Kits de teste de urina para medir os níveis de hormônio luteinizante (LH): Esses kits de teste caseiros estão disponíveis em farmácias e mostram alterações no nível de LH na urina de uma mulher. “Como o hormônio LH se acumula na urina, uma vez detectado na urina, a ovulação geralmente ocorre dentro de 12 a 24 horas (geralmente cerca de 14 dias antes do início do período menstrual da mulher). Para mulheres com períodos irregulares, o teste de urina deve ser cronometrado de acordo com as datas mais cedo e mais tarde possíveis em que se espera ovular. O teste de urina para pico de LH deve começar pelo menos 2 dias antes do dia esperado da ovulação e continuar até o pico de LH ou até o dia 20”, explica. “Há 80% de chance de detectar a ovulação com 5 dias de teste e 95% de chance com 10 dias de teste. Uma vez documentado um pico de LH, não é mais necessário continuar o teste durante esse ciclo. Ocasionalmente, a ovulação pode não ocorrer em um ciclo, apesar de um pico de LH. Se a ovulação não for detectada em 2 ou mais ciclos consecutivos, pode haver um problema com a ovulação e você deve discutir isso com seu médico”, diz. Alguns kits de teste de fertilidade verificam tanto LH quanto estrogênio na urina. “Isso não aumenta necessariamente suas chances de gravidez e não deve ser usado se você estiver tomando medicamentos para ajudá-la a ovular”, explica.

Ultrassonografia transvaginal: O óvulo se desenvolve dentro de uma parte do ovário chamada folículo. À medida que o óvulo se prepara para ovular, o folículo cresce. O crescimento do folículo pode ser medido com ultrassom, uma técnica que usa ondas sonoras para produzir uma imagem em uma tela de monitor usando uma sonda semelhante a um tampão colocada na vagina. “Antes da ovulação, o folículo é de paredes finas e cheio de líquido. A ovulação geralmente acontece quando o folículo mede entre 1,8 e 2,5 centímetros. Para as mulheres em tratamento para fertilidade, o ultrassom pode ajudar a planejar a relação sexual ou a inseminação. Em mulheres que tomam medicamentos para fertilidade, o ultrassom pode ser feito em vários dias diferentes durante o ciclo menstrual para medir e monitorar cada folículo”, explica.

Gráfico de temperatura corporal basal (BBT): A medição diária da temperatura corporal basal pode ajudar a determinar se a ovulação ocorreu. “No entanto, o gráfico BBT é apenas uma estimativa do momento da ovulação e pode confirmar que a ovulação aconteceu, mas não prevê quando ela pode ocorrer. Embora não seja muito útil ou preciso para cronometrar a relação sexual, é uma maneira barata e fácil de coletar informações em casa”, diz o médico.

Embora determinar se e quando a ovulação está ocorrendo possa parecer frustrante e demorado, muitas vezes é um passo essencial para alcançar a gravidez, explica o Dr. Rodrigo. “É importante que as mulheres trabalhem com seus médicos para decidir qual método de detecção da ovulação é melhor para elas. Se esses testes indicarem que a mulher não está ovulando ou que ela tem ciclos irregulares, existem tratamentos disponíveis para corrigir o problema e aumentar as chances de uma gravidez bem-sucedida”, finaliza o especialista.

FONTE:

*DR. RODRIGO ROSA: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, e do Mater Lab, laboratório de Reprodução Humana. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Instagram: @dr.rodrigorosa

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