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Mercado Financeiro: O que há de comum nas crises?

Publicado em 22 de abril de 2020

 

 

A história das crises financeiras mais importantes mostra que o padrão recorrente está associado ao “apetite” do ser humano em arriscar de maneira exagerada. Diferentemente do que acreditam algumas pessoas, não é o crédito que cria a crise, mas sim, o espírito animal na tomada de risco dos investidores.

Este padrão é apontado por especialistas em crise, de acordo com o economista e assessor de investimentos Gustavo Neves, da Plátano Investimentos – XP Investimentos de São José dos Campos.

Neves explica que o padrão gera uma irracionalidade dos agentes financeiros, que acabam elevando os preços dos ativos a patamares incompatíveis com a realidade, seja o ativo um imóvel, um produto, uma ação e etc.

Ganhar dinheiro, se expandir e se alavancar fazem parte do mundo capitalista. No universo das crises, a de 1929 é a mais famosa. Ela fez parte da vida, por exemplo, de nossos avós, e na época foi acompanhada de um detalhe interessante: a invenção do Rádio.

“Com o surgimento de uma tecnologia disruptiva como o rádio, noções de espaço, tempo, negócios, e outras coisas foram redefinidas, contribuindo assim, na criação de novas empresas e posteriormente, contribuiu para alavancagens financeiras, objetivando lucros maiores. E o final dessa história foi catastrófica para aqueles que tiveram um “apetite” para além do que podiam comer”, comentou o economista da Plátano Investimentos.

Nesse século tivemos a bolha da internet, que desenvolveu empresas do setor tecnológico que se alavancaram, aumentaram suas dívidas e depois de pouco tempo quebraram. Muitas empresas deste setor que nasceram anos depois desse período, tiveram como referência empresas que morreram durante a crise da bolha da internet, um exemplo é o Facebook.

A expansão monetária e de crédito acabam contribuindo para o apetite dos especuladores, que desistem de realizar uma análise criteriosa dos riscos envolvidos nas negociações financeiras para avançar como um leão no mercado, deixando de lado todos os riscos envolvidos. Um exemplo claro é o caso da crise imobiliária de 2008, que teve como base o crédito desenfreado à pessoas que não podiam pagar.

A atual crise provocada pela pandemia do Covid-19 tem ingredientes diferentes das outras observadas pela história, pois foi ocasionada pelo choque direto na economia que ficou quase que totalmente engessada.

“Hoje, a maior rasteira foi dada naqueles que operavam para além das suas capacidades, e que de certa forma ignoraram todos os riscos existentes sem fazer qualquer tipo de planejamento financeiro contra imprevistos, ou algum tipo de acompanhamento profissional”, observou Gustavo Neves.

Essa crise premiará aqueles que cuidadosamente tiveram seus investimentos diluídos em vários ativos e em setores diferentes e que esperaram oportunidades de comprarem ativos abaixo dos preços negociados em momentos de euforia.

Para esses hoje o mercado está baratíssimo, ainda mais porque essa crise é fruto de uma epidemia em que todos estão empenhados em conter, não somente nós brasileiros, mas o mundo todo.

Para o mercado financeiro, surgiu uma oportunidade que dificilmente aparecerá nas próximas décadas. Com paciência e critério, aproveite enquanto é tempo. Pois, passada essa epidemia, voltaremos à normalidade.

O grande aprendizado que deve ficar é a mudança das relações, na maneira de fazer negócios e de investir, sedimentando que conhecimento e educação financeira fazem toda a diferença para qualquer investidor, seja ele pequeno, médio ou grande. E finalizando, diversificação e planejamento a longo prazo são as chaves do sucesso para qualquer tipo de crise.

Fonte: Plátano Investimentos: Av. Cassiano Ricardo, 319, sala 2106. Ed. Pátio das Américas. Jardim Aquarius. (12)3322-8916.

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