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Padronizado como doença em 2022, Lipedema leva à desproporção no tamanho de quadris e pernas por acúmulo de gordura

Publicado em 3 de março de 2022

 

Não é obesidade, é Lipedema: inchaço, retenção de líquido, dores e acúmulo de gordura localizada nas pernas e quadris são sintomas comuns da condição que causa o alargamento dos membros, e é frequentemente confundida com obesidade.
Lipedema

 Pernas grossas, retenção de líquido e, consequentemente, inchaço nas pernas são problemas que incomodam grande parte das mulheres. Porém, se os sintomas persistirem e estiverem acompanhados de dores ao toque, talvez não seja apenas retenção de liquido, mas sim uma condição denominada de lipedema. “Muito comum em mulheres, o lipedema é uma doença caracterizada pelo acúmulo de tecido gorduroso que leva a uma desproporção no tamanho dos quadris e pernas, podendo também atingir os braços, mas com menor frequência”, explica a cirurgiã vascular Dra Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

 

Ao contrário do linfedema, onde há uma alteração no sistema linfático que leva ao acúmulo de líquidos no membro acometido, os lipedemas são sempre simétricos e os sintomas incluem sensação dolorosa ao toque, aumento da frequência de hematomas espontâneos e maior tendência ao acúmulo de líquido. “Não é incomum que a portadora de lipedema estranhe ao se submeter a uma drenagem linfática ou massagem relaxante, já que experiência, que deveria ser agradável, geralmente é acompanhada de dor e sensibilidade ao toque”, afirma a especialista.

 

Segundo a médica, o lipedema evolui ao longo da vida, e o aumento do tecido gorduroso vai existir, em consequência de ganho de peso, alimentação inadequada, distúrbios hormonais. “Mas o grande problema é que essa gordura é doente, e frequentemente não reduz com hábitos básicos como dietas e prática de atividade física, a ajuda profissional se faz necessária. Hoje, o lipedema é considerado uma doença crônica, inflamatória, não tem cura, mas pode ser controlada, já que, além dos sintomas citados anteriormente, a condição causa desconforto estético limitante na maioria das pacientes”, diz. “O lipedema pode ser modificado com atividade física, dieta anti-inflamatória, drenagem linfática, medicação, uso de meias de compressão e até cirurgias para retirada do tecido gorduroso doente. A mudança de hábitos de vida em busca de um estado menos inflamatório é decisivo para conter a evolução do lipedema”, diz a médica.

 

Além disso, é essencial o tratamento de outras patologias associadas, como varizes e pressão alta, para evitar complicações, destaca a Dra. Aline Lamaita. “Porém, o mais importante é que você consulte um médico especializado. Apenas ele poderá diagnosticar o problema e indicar o melhor tratamento para cada caso.”

DRA. ALINE LAMAITA: Cirurgiã vascular, Dra. Aline Lamaita é membro da diretoria (comissão de marketing) da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine, a médica é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2000) e hoje dedica a maior parte do seu tempo à Flebologia (estudo das veias). Curso de Lifestyle Medicine pela Universidade de Harvard (2018). A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. RQE 26557. Instagram: @alinelamaita.vascular

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